Este canal tem caráter educativo e informacional. Ele não substitui sua consulta médica e não pode ser utilizado para auto diagnóstico e auto medicação.
E pra começar já logo te adianto, se você está com um corrimento vaginal amarelo esverdeado com odor fétido deve procurar o seu ginecologista, pode ser uma doença chamada tricomoníase que é um IST.
Todas as mulheres possuem, em maior ou menor quantidade, alguma secreção vaginal. Esse fluxo é uma característica normal, entretanto ele é de pequeno volume e usualmente não possui nenhum odor forte ou desagradável. Essa secreção é produzida pela mucosa da vagina e do útero, o volume produzido diariamente é de 5 a 10 ml.
Para o médico ginecologista, saber o aspecto do corrimento e o seu cheiro é muito importante. Geralmente os corrimentos esverdeados estão associados a um protozoário chamado Trichomonas vaginalis.
O Trichomonas vaginalis é responsável por uma doença chamada tricomoníase. Embora os sintomas da tricomoníase variem, muitas pessoas não conseguem saber se estão infectadas pois a infecção pode ser assintomática. Apenas cerca de 30% das pessoas infectadas possuem sintomas.
Depois da contaminação os sintomas levam de 5 a 28 dias para aparecer. Em alguns indivíduos este tempo pode ser bem maior.
Não é comum o parasita infectar outras partes do corpo como mãos, boca ou ânus. A contaminação também não ocorre em contatos como abraços, beijos ou pelo uso compartilhado do vaso sanitário. Ainda também não se sabe explicar muito bem por que algumas pessoas apresentam sintomas enquanto outras são assintomáticas. Pessoas infectadas, mesmo que sem sintomas, transmitem a doença.
Nas mulheres o principal sintoma é o corrimento amarelo-esverdeado com odor fétido. Mas também pode causar sintomas com ardência na região íntima, coceira e sintomas urinários, especialmente, a dor pra fazer xixi.
Nos homens a parte mais comumente infectada é o canal por onde passa a urina (uretra). Eles podem ter um corrimento uretral tipo purulento. Durante o ato sexual o protozoário passa do pênis para a vagina ou vice-versa. Ele também pode se espalhar de uma vagina para outra caso exista contado íntimo entre duas mulheres.
O parasita passa de uma pessoa infectada para outra não infectada durante a relação sexual. Por isso é considerada uma infecção sexualmente transmissível. Nas mulheres a parte do corpo mais comumente infectada é o trato genital inferior (vulva, vagina, colo do útero ou uretra).
O tratamento é realizado com antibióticos administrados por via oral. O principal escolhido é o Metronidazol. Mas existe tb outros atb que podem ser usados. Também é possível combinar a via oral com a via vaginal. Idealmente o parceiro sexual também deve ser tratado, mesmo que não tenha sintomas.
Mesmo sem meu parceiro ter os sintomas ele também precisa ser tratado?
Isso é importante pois ele pode ser um portador assintomático da doença. A maioria dos homens não vão ter mesmo nenhum sintoma e mesmo assim podem transmitir esse protozoário. Com o tratamento adequado a doença pode ser curada em uma semana.
O que fazer para acabar com o corrimento?
Caso você tenha episódios recorrentes de corrimento é importante conversar com o seu ginecologista e verificar se o tratamento foi feito de maneira adequada. Cerca de 17% das mulheres também podem se re-infectar logo após o tratamento. O uso de uma proteção de barreira (camisinha) também poderá ajudar a evitar novas contaminações.
Os principais fatores de risco para a tricomoníase são:
• Múltiplos parceiros sexuais
• História de infecções sexualmente transmissíveis
• Infecção prévia por tricomoníase
• Relação sexual sem método de barreira (camisinha)
Outra coisa que gosto sempre de orientar vocês é que um IST às vezes vem de mãos dadas com outra. Pode ser isso tb um dos motivos de falha terapêutica. Tratamos um doença mas tinha outra associada. Por isso é muito importante procurar a avaliação médica e investigar tb outras ists pelo exame de sangue e também pela coleta do preventivo e painel viral.
A tricomoníase pode causar complicações na mulheres grávidas. Existe um risco maior de parto prematuro e do bebê nascer com baixo peso. Embora isso seja incomum, a doença também pode ser transmitida para o bebê durante o parto.
Os antibióticos usados para tratar a tricomoníase são seguros para o uso durante a gestação. Se você está grávida e suspeita que tem tricomoníase ou qualquer outra DST, converse com seu médico o mais rápido possível para evitar complicações para você e seu filho.
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