Prof Dr Erasmo Barbante Casella Professor livre docente do departamento de Neurologia da FMUSP
Dr Edson Bor-Seng-Shu Professor livre docente HCFMUSP
Dr Marcelo de Lima Oliveira Doutor pelo departamento neurología HCFMUSP
O transtorno do espectro autista tem como maior causa a genética. Outras causa podem estar associadas como nascimento prematuro, anóxia neonatal, trauma de cranio, meningite, uso de alguns remédios na gestação, pais com idade acima de 50 anos, entre outros. Importante ressaltar que não há relação de vacinas com autismo.
Transtorno do espectro autista (TEA) é um termo usado para ajuntar todos os tipos de autismo desde casos leves até casos mais graves. No passado poucos diagnósticos eram feitos pelo desconhecimento dos médicos e da população a respeito da doença. A incidência aumentou em decorrência a melhora de conhecimento dos profissionais e maior acesso das pessoas ao tratamento (1 caso para 36 habitantes).
Sinais de alerta: quando a criança mama e não olha no olho da mãe, crianças que nao querem muito colo, crianças com um ano e dois meses não batem palma e não apontam o dedo, mania de enfileirar carrinhos e outros objetos, fixação em objetos que rodam, estereotipais como flapping, rodando em volta de si mesmo ou ao redor da mesa, brigam isoladamente, tem atraso de fala e desinteresse na comunicação não verbal. A criança pode ser hiper ou hipo sensível, mas no geral tem hipersensibilidade e muitos tem aversão a abraços ou a determinadas roupas. Muitos andam na ponta dos pés de devem ser trabalhados para evitar rigidez no tendão de aquiles. Alguns se escondem debaixo da mesa por aversão às pessoas. As crises de birra são mais frequentes, mas exageradas e por qualquer motivo. Os distúrbios do sono e enxaqueca são mais frequentes no autista. Cerca de 32% dos autistas tem deficiência intelectual. 1/3 das crianças que tem um bom desenvolvimento até 3 anos de idade podem ter regressão. A principal comodidade é o TDH (transtorno de déficit de atenção) que pode ocorrer em 50% das crianças. Importante ressaltar que crianças mais velhas podem desenvolver agitação, deficit de atenção e ter TEA e não TDH o que pode retardar o diagnóstico e dessa forma comprometer o desenvolvimento da criança. Alguns tem transtorno obsessivo compulsivo, ansiedade, depressão e a incidência de suicídio é 28% maior do que na população. em geral. Muitos tem problemas com a teoria da mente, ou seja, só conseguem conversar assuntos que eles interessam.
Muitos são extremamente inteligentes porém com funções que não. vão ser úteis na vida. As escolas bem adaptadas podem canalizar a inteligência para habilidades profissionais.
O mais importante é fazer o diagnóstico precoce para estimulação com alguns métodos como o ABA. A estimulação precoce vai minimizar os sintomas através da plasticidade cerebral.
A classificação é um, dois e tres, ou seja, grave, moderado e leve. O CID classifica TEA com ou deficiência intelectual. Porém, há dificuldades para classificar crianças menores que 5 anos de idade. 80% dos adultos jovens moram com os pais.
O diagnóstico é basicamente clinico. O exame genético pode ser requisitado porém, não é essencial. O acompanhamento sequencial do paciente é importante para confirmação diagnóstica.
O tratamento requer alguns remédios para aliviar os sintomas do paciente como insônia, depressão, transtorno bipolar, TDHA. Não há remédio específico para cura do Autismo. O principal tratamento é a analise aplicada do comportamento (DENVER e ABA). A equipe multidisciplinar como terapeuta ocupacional, neuropsicólogo e fonoaudiologista. Atividades como artes marciais para ensinar regras e disciplina, dança, entre outras. O tratamento adequado pode inserir o TEA leve na sociedade. Normalmente vão ser funcionais, porém em trabalhos isolados com pouco. contato com as pessoas. O canabidiol ainda não mostrou resultados satisfatórios para o tratamento do TEA e é usado para casos esporádicos.
O ideal na educação é que as escolas normais façam adaptação para crianças com TEA e que elas tenham atendentes terapêuticos a fim de cuidar especificamente da criança. A visão da escola é tentar agrupar a criança, pois a tendencia do TEA é ficar isolado. A educação do professores para aprender a reconhecer e a lidar com essas crianças é importante. Existem alguns grupos de apoio, porém poucos são efetivos para os pacientes. Alguns vídeos educacionais são importantes para população e para os pais de crianças com TEA, especialmente os que não tem condições para terapia. A educação nas escolas para inserção das crianças e empresas também é importante, principalmente aqueles que conseguem lidar ou não com o público. Boa parte dos pacientes com TEA podem ter stress pós traumático no trabalho.
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